Renascimento
- Humanas Para Jovens
- 24 de fev. de 2024
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Subtópicos
Transição a partir da Idade Média
Principais valores e características gerais
Contribuições do movimento para a atualidade
Artistas e estudiosos relevantes
Transição a partir da Idade Média
O Renascimento surgiu na Europa, especificamente na Itália, entre os séculos XV e XVI. Este foi muito marcado por uma necessidade de renovação do jeito em que o mundo era enxergado previamente. Anteriormente, era pregada pela Igreja uma visão teocêntrica e o sistema feudal, estabelecido pelo trabalho agrícola e exploração servil.
O movimento foi acarretado pelas grandes mudanças intelectuais, sociais, econômicas, religiosas e políticas que aconteceram no contexto da época. Um dos fatores mais importantes do movimento foi o resgate e redescoberta da antiguidade clássica Greco-Romana.
O Renascimento Urbano foi um dos fatores que afetaram diretamente os hábitos dos povos. Este se deu pelo êxodo para as cidades, enfraquecendo o Feudalismo e fortalecendo o poder nas mãos do Rei. Assim surgindo as “Monarquias Nacionais”. Com isso, uma nova classe insurgia, a Burguesia, que presava por uma maior liberdade econômica e comercial - que veio a ser proporcionada por estas mudanças.
Outro grande fator foi o surgimento do Islamismo e seu avanço, tão temido pela Igreja Católica.
Principais valores e características gerais
As principais características e valores do Renascimento incluem o humanismo, que valorizava o estudo e a celebração do potencial humano, enfatizando a importância da razão, da educação clássica e do conhecimento dos textos antigos gregos e romanos. Esse período também foi marcado pelo racionalismo, que viu um ressurgimento do interesse pela observação, experimentação e racionalidade, em contraste com a predominância da teologia medieval.
O individualismo era outro valor fundamental do Renascimento, promovendo a ideia do homem como centro do universo e encorajando a busca pelo auto aperfeiçoamento. Além disso, o naturalismo também foi uma característica importante, com os artistas renascentistas buscando representar o mundo de forma mais realista e precisa, observando a natureza e o corpo humano com maior detalhe e precisão.
É importante ressaltar que o Renascimento marcou um afastamento gradual da autoridade da Igreja Católica Romana e uma valorização crescente da vida secular, da ciência e da exploração do mundo terreno. Com isso, o cientificismo cresce. Por último, o classicismo foi outra influência marcante nesse período. Os renascentistas redescobriram e valorizaram os textos e as ideias dos antigos gregos e romanos, reconhecendo-os como fontes de inspiração e conhecimento. Esses valores e características do Renascimento tiveram um profundo impacto no desenvolvimento cultural, científico e artístico da Europa e do mundo ocidental.
Contribuições do movimento para a atualidade
O impacto renascentista é vasto na contemporaneidade. Assim, mais especificamente, é fundamental mencionar a consolidação do método científico (o conhecimento deve ser empiricamente comprovado) e o surgimento de importantes instrumentos que depois foram aprimorados (como a bússola e a prensa).
Ademais, a difusão dos valores do Renascimento teve papel chave na construção do homem moderno. Ou seja, tais ideais convergiram em uma visão de mundo menos dependente da religião, a qual passa a valorizar as capacidades e o potencial de cada ser. Eventos históricos como as Grandes Navegações, o surgimento da indústria manufatureira e a Contrarreforma ocorrem motivados não só pelos avanços tecnológicos da Renascença, mas também graças a autonomia humana que promove.
Artistas e estudiosos relevantes
Grandes intelectuais das mais diversas áreas integraram o cenário cultural renascentista.
Nas Artes Visuais, não se pode deixar de mencionar os renomados pintores Leonardo da Vinci, Rafael, Michelangelo, Donatello, Caravaggio e Sandro Botticelli (pintor de “Nascimento de Vênus”). Para além de suas harmônicas e detalhadas pinturas, como “Monalisa”, “A Criação de Adão” e “Escola de Atenas”, tais artistas também eram, muitas vezes, escultores, arquitetos, inventores e até matemáticos.
Na Literatura, destacam-se nomes como Miguel de Cervantes, escritor de “Dom Quixote”, Shakespeare, dramaturgo, e Maquiavel, com seus escritos políticos. Apesar de suas obras divergirem em temática, convergem em aspectos clássicos do período, como o foco no racionalismo prático e a ironia para com as tradições medievais.
Nas Ciências Exatas e da Natureza, citam-se os grandes físicos Galileu Galilei e Isaac Newton, os quais teorizaram conceitos em Astronomia e Dinâmica até hoje estudados. Por fim, é válido ressaltar a contribuição para a Anatomia do médico belga André Vesálio, o qual publicou o primeiro atlas de tal campo.
Curiosidade: existiram mulheres artistas no Renascimento?
Apesar de parecer progressista, a sociedade renascentista manteve a concepção patriarcal como dominante. As mulheres permaneceram restritas aos atributos do lar e não tinham seu talento artístico reconhecido por academias e mecenas (patrocinadores).
No entanto, algumas filhas de pintores estabelecidos ou nobres conseguiam vencer as convenções impostas e, mesmo que ainda camufladas ao longo da história, conquistaram a posição de artistas profissionais. Nessa óptica, destacam-se as pintoras Sofonisba Anguissola e Lavinia Fontana.
Apesar de suas diferentes trajetórias, ambas convergem na pintura de belos quadros sóbrios e harmônicos. Sofonisba foi pintora da corte espanhola de Felipe II (sendo camuflada por dama de companhia) e Lavinia seguiu carreira externa, conquistando a posição de pintora oficial do papado de Clemente VIII.
Para mais informações sobre, recomendamos consultar o seguinte artigo “As mulheres (in)visíveis na Arte Renascentista” da historiadora Renata Lima Cremasco.
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Por Rafael Rosas, Eduarda Nora e Sofia Miranda
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