A Primeira Guerra Mundial
- Humanas Para Jovens
- 1 de out. de 2023
- 4 min de leitura
Contexto histórico
O estopim da guerra e a política das alianças
As batalhas em si: as diferentes estratégias de luta
O Tratado de Versalhes
Contexto Histórico
Estamos no início do século XX. Parte do mundo, principalmente a Europa, vive o período da Belle Époque, ou seja, uma época de paz e de prosperidade - principalmente da ciência e da tecnologia. O mundo se voltava para a França, mais especificamente para Paris, como o modelo de desenvolvimento e urbanização que deveria ser seguido. Ademais, a consolidação de um novo modo de consumo e produção ocorria graças ao “sucesso” econômico promovido pela Segunda Revolução Industrial. Em suma, a atmosfera era de otimismo e estabilidade nas nações europeias - era a hora da arte, do cinema, da eletricidade e dos telefones, e não da guerra.
No entanto, não se pode pensar que os anos da “Bela Época” foram universalmente marcados apenas por crescimento financeiro e progresso intelectual. Na verdade, encoberta pelos avanços do período, desenrolava-se uma conjuntura preocupante de advento do nacionalismo e do militarismo exagerados, de perpetuação de rivalidades históricas e de exploração dos continentes Africano e Asiático (imperialismo). Os países buscavam obter ganhos econômicos a partir da criação e subjugação de colônias, revertendo tais lucros não só para o meio acadêmico, mas também para a formação de uma forte indústria armamentista. Dessa maneira, o crescimento provocado pela Belle Époque e pelo imperialismo levou os indivíduos a desenvolverem um sentimento de orgulho nacional, o qual intensificava o ideal da expansão territorial e da reconquista de territórios perdidos para outros Estados (exemplo da França com a Alsácia-Lorena).
Por fim, as tensões se acirravam nos conflitos armados dos Balcãs e o constante crescimento da Alemanha apresentava-se como oposição à hegemonia antes estabelecida por França e Inglaterra.
A política das alianças e o estopim da guerra
Nesse contexto de crescente desenvolvimento militar, os países e Impérios buscaram garantir alianças para que, em caso de conflitos, pudessem estar militarmente apoiados por outras nações. Assim, são criadas a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia) e a Tríplice Aliança (Reino da Itália, Império Alemão e Império Austro-Húngaro). Vale lembrar que, apesar das tensões no continente, não se acreditava que um conflito poderia acontecer. Afinal, as principais nações tinham armas semelhantes e também estavam em alianças, ou seja, as condições “equivalentes” preveniriam a ocorrência de um conflito - era o período da Paz Armada.
Tudo muda, no entanto, com o assassinato do arqueduque Francisco Ferdinando na Bósnia e Hezergovina. O herdeiro do Império Austro-Húngaro visitava o território numa tentativa de acalmar tensões entre a Sérvia e a Áustria (os sérvios lutavam por sua independência do Império). Porém, a viagem não cumpre seu propósito, já que Ferdinando é morto por um jovem nacionalista da nação rebelde. Desse modo, como uma consequência do ocorrido histórico, a Áustria impõe uma série de exigências à Sérvia, que em caso de não serem aceitas, resultariam em uma ofensiva militar. Como esperado, os sérvios não aceitam todas as imposições, e o Império Austro-Húngaro declara guerra ao país. Consequentemente, a Rússia também entra na divergência para apoiar a Sérvia e, com isso, tanto a Tríplice Entente (representada pela Rússia) quanto a Tríplice Aliança (representada pela Áustria) passam a fazer parte do conflito: é o início da guerra no front Europeu. No fim, a política de alianças traz outros países para o conflito.
As batalhas em si: as diferentes estratégias de luta
A primeira grande guerra pode ser divida em três fases que são caracterizadas por diferentes modos de imposição à guerra. Essas são classificadas, também, por diferentes táticas de avanço, dois dos exemplos mais conhecidos são a guerra de movimento e a guerra de trincheiras.
A primeira fase (de agosto a novembro de 1914) foi marcada pelas guerras de movimento, ou seja, existia uma grande movimentação de tropas e ataques rápidos com intuito de invadir e prejudicar inimigos (de ambos os lados da guerra). Nessa fase acontece a invasão da Bélgica pelos alemães e estes tinham como um de seus maiores objetivos derrotar o exército francês e assumir o poder da capital da França, Paris. Mesmo não conseguindo o grande objetivo de dominação de Paris, o exército conseguiu tomar posse da região norte do país.
A segunda fase (novembro de 1914 a março de 1918), período mais longe mais sangrento do conflito, se caracterizou pelas guerras de trincheiras, ou seja, soldados se colocam presentes em buracos cavados de mais ou menos 2 metros de profundidade. Nesse momento, o grande objetivo era manter a posição nos fronts mas sem perder território. Dentro destes locais haviam lugares de diversas funções como descanso e cuidado aos feridos mas mesmo assim a situação nestas era muito precável. Foi nesta fase também que os Estados Unidos entrou na guerra e a Rússia saiu.
https://www.todamateria.com.br/guerra-de-trincheiras/ tem uma imagem muito legal explicando como as trincheiras funcionam nesse site.
A terceira e última fase (final de 1918) foi marcada pelas ofensivas. Neste momento aconteceram as invasões na Itália e França pelo exército alemão, mas com o quantitativo de soldados enviados pelos EUA ao continente e o aumento da força da Tríplice Entente, houve um enfraquecimento do poder da Alemanha. Assim, a população alemã precisionou o governante alemão, Imperador Guilherme II, e fez-o abdicar ao trono.
O Tratado de Versalhes
Foi uma das "materializações" do final da guerra. Trata-se de um dos mais importantes tratados de paz criados após a Guerra. O Tratado de Versalhes agiu culpabilizando a Alemanha pelos danos sociais e estruturais durante a Grande Guerra e sancionando diversas ações de reprensão aos seus atos. Algumas destas foram:
Devolver a Alsácia-Lorena para a França.
Parte de seus territórios foram disponibilizados para a formação da Polônia.
Foi proibido a “posse” de uma marinha (proibindo a promoção de recrutamentos militares e a existencia de um exército de mais de 100 mil soldados), aviação de guerra, e artilharia pesada.
Pagamento de uma indenização.
Algumas das diversas consequências desse tratado, não só para a Alemanha mas para todo o mundo, você poderá ver em detalhes no próximo post sobre o "Entre Guerras".
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